segunda-feira, 4 de julho de 2011

Onírico


Acordei ainda meio embriagada do sonho da noite anterior. Apalpei o criado mudo que morava ao lado de minha cama, coloquei os óculos, levantei-me ainda tonta e com a visão meio turva, cambaleei até encontrar as pantufas amarelas do Bob Esponja e caminhei em direção à sala.
A casa, como sempre, cheia de visitas e gente faladeira. Ouvia-se um bom dia, um olá, outros comentando sobre meus maus trapos e indecência. Minha mãe reclamava a desordem e me mandava vestir roupas mais apropriadas. Ainda estava de pijama e meio acordada. Outra parte de mim havia ficado na noite anterior.
Sentei-me a mesa, talei um gole quente e amargo de café goela adentro. Comi as migalhas restadas de pães, mastiguei algo macio e sem identificação, ainda assim, mastigava e engolia. O barulho da casa misturava-se com o ruir de seus pensamentos. Levantou-se. Foi chamada de zumbi. Não ligava. Fingia não dar ouvidos.
Voltou ao quarto, tirou as pantufas amarelas do bob esponja, colocou os óculos no criado mudo que morava ao lado de sua cama e deitou-se.
O sonho voltava em mim. Tudo o que queria era apagar a noite passada.